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VOCABULÁRIO

aclamar vt (, ) espiritual adj
adepto m espontaneidade ƒ
assinalar vt , ( . .) explosão ƒ
grato adj , ; . brotar vi ( ), ()
governar vt , brutal adj
imponente adj ceder vt, vi
literalmente adv comemoração ƒ
palpável adj comemorar vt , ( . .)
pic-nic m pinhal m
confraternizar-se , () perdurar vi , ,
cortejo m , prender vt
cravo m queda ƒ ,
dar-se vr , relacionar-se (com)
desfile m , recital m
desmantelar vt reprimir vt ,
duplamente adv unir vt

Expressões

à cabeça por completo ,
montado a cavalo ser hábito
passados poucos dias ( )  

TEXTO SUPLEMENTAR

COMEMORAÇÕES DO I DE MAIO EM PORTUGAL

A Festa do 1 de Maio é a mais grata aos trabalhadores.

Para os trabalhadores portugueses ela é duplamente significativa porque é a festa do trabalho e porque poder realizá-la significa que o fascismo já caiu em Portugal.

Durante longos anos ela foi proibida, e qualquer pequena manifestação que se relacionasse com aquela data era brutalmente reprimida.

Por vezes, havia pequenas reuniões secretas, pequenos gestos simbólicos, que uniam espiritualmente os trabalhadores portugueses àqueles, que nos seus países, tinham toda a liberdade de comemorar o 1 de Maio.

Organizavam-se passeios e "pic-nics" fora das cidades, num pinhal, por exemplo, onde se confraternizava e se trocavam impressões sobre os acontecimentos políticos nacionais e internacionais, se falava dos companheiros presos, se escutava a descrição do 1 de Maio em Moscovo, se cantavam canções de resistência, muitas delas do compositor Lopes Graça.

Entre os intelectuais mais ligados ao Partido Comunista, era hábito em Lisboa, ir almoçar ou jantar aos dois restaurantes lisboetas que conservaram o nome de "Primeiro de Maio" um deles próximo da Praça do Chile, o outro no bairro extremo da cidade.

Ainda nas vésperas do 25 de Abril de 1974, a Guarda Nacional Republicana (GNR), montada a cavalo, tinha prendido vários trabalhadores da Cova da Piedade, na outra margem do rio, quando eles se preparavam para assinalar o 1 de Maio de 1974.

Entretanto, passados poucos dias, deu-se o 25 de Abril e a situação modificou-se por completo.

Descrever o que foi esse primeiro "1 de Maio" em liberdade, é quase impossível.

Marcelo Caetano e Américo Tomaz já não governavam, os presos políticos tinham sido libertados e recebidos por uma multidão imensa e emocionadíssima que os esperara horas e horas junto da prisão. A PIDE-DGS (Polícia Internacional e de Defesa do Estado, do tempo de Salazar, modernizada com Caetano para Direcção-Geral de Segurança) ia ser desmantelada, os exilados políticos começavam a regressar e prova mais palpável ainda da queda do fascismo o Secretário Geral do Partido Comunista Português chegou ao país no dia 30 de Abril e pode falar para o público que o aclamou e seguiu em cortejo pelas ruas de Lisboa.

No dia seguinte, dia 1 de Maio, o povo português saiu todo para a rua numa explosão de alegria, de movimento e de colorido dos milhares de cravos vermelhos, que se tornaram o símbolo da Revolução de Abril.

Em Lisboa, o povo encheu literalmente as ruas e na Alameda D. Afonso Henriques formou-se um cortejo gigantesco, tendo à cabeça os dirigentes comunistas, socialistas, dos sindicatos, do Movimento Democrático Português em perfeita harmonia, que se dirigiu para o Estádio.

Ali, depois dos discursos dos representantes dos partidos e dos trabalhadores, escutados com um entusiasmo e uma emoção indescritíveis, brotou

espontaneamente uma festa popular que perdurará para sempre na memória dos que nela participaram.

A partir desse dia, o Estádio passou a chamar-se "Estádio de Primeiro de Maio".

A Intersindical continua fiel à Alameda e o desfile por ela organizado é sempre gigantesco, entusiasta, imponente e culmina numa série de iniciativas culturais, recreativas e políticas, recitais de poesia e canto, concursos infantis, concertos, bailes populares, exposições, comícios, etc., etc.

O "1 de Maio" tornou-se não apenas uma festa mas também um acto de afirmação.

, . , 25 1974 .

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