FUNÇÃO DA FACULDADE MEDIÚNICA: “Não acreditem que a faculdade mediúnica tenha sido dada para corrigir somente uma ou duas pessoas; o objetivo é maior; trata-se da humanidade. Um médium é um instrumento pouquíssimo importante como indivíduo; eis por que, quando damos instruções que devem aproveitar à generalidade, servimo-nos daqueles que possuem as facilidades necessárias” (1).
CORPO HUMANO E MEDIUNIDADE: o fato de Kardec considerar que a Mediunidade não depende da Moral, pois relaciona-se com o corpo, serviu de motivo para exploração dos inimigos gratuitos do Espiritismo, que passaram a proclamar a falta de moral no Espiritismo. A mediunidade está ligada ao corpo pelo Espírito que a ele se liga, mas não pertence ao corpo e sim ao perispírito; enquanto estivermos encarnados faz parte do corpo e permite a ligação do Espírito comunicante com o perispírito do médium. É a maior ou a menor capacidade de expansão das energias perispirituais no corpo do médium que determina a maior ou a menor flexibilidade do médium na recepção das comunicações (2).
MORAL MEDIÚNICA: em sentido geral, podemos dizer que a Moral é a busca da realização do Bem na Terra. Não seria possível que uma doutrina de elevação e aprimoramento do homem, como o Espiritismo, deixasse de produzir um tipo de Moral. A Moral Mediúnica é uma reação espiritual para o restabelecimento da Moral Evangélica. É sobretudo no Livro dos Espíritos e no Evangelho Segundo o Espiritismo que encontramos as Leis da Moral Mediúnica. Não é repetição dos preceitos evangélicos, mas sua interpretação com a devida profundidade (2).
INFLUÊNCIA MORAL DOS MÉDIUNS: se o Médium, do ponto de vista da execução, é apenas um instrumento, exerce sob o aspecto moral uma influência muito grande, pois que, para comunicar-se, o Espírito estranho identifica-se com o Espírito do médium; essa identificação não pode ter lugar senão quando há entre eles simpatia e, se podemos dizer, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito estranho uma espécie de atração ou repulsão, segundo o grau de sua similitude ou dissimilitude; ora, os bons possuem afinidade com os bons e os maus com os maus; donde se segue que as qualidades morais do médium têm uma influência capital sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam por seu intermédio (1).
INFLUÊNCIA DO MEIO: os Espíritos Superiores não vão a reuniões em que sabem que sua presença é inútil. Nos meios pouco instruídos, mas em que há sinceridade, eles vão de boa vontade, mesmo quando neles não encontram senão instrumentos medíocres; mas nos meios instruídos, em que a ironia domina, não vão. Aí é preciso falar aos olhos e aos ouvidos; é o papel dos Espíritos batedores e zombeteiros (3).
EDUCAÇÃO DOS MÉDIUNS: se é certo que todos temos possibilidades mediúnicas, também o é que nem todos possuem faculdades suficientemente desenvolvidas, para atuarem, dominantemente, no ambiente em que vivem, pois somente em determinada fase do desenvolvimento tal coisa é possível. Muito raramente os médiuns podem ser autodidatas. Invariavelmente precisam de orientação e de orientadores competentes (4).
PERGUNTAS:
1 - Qual a função da Mediunidade? Como está ligada ao corpo humano?
2 - A mediunidade não depende da moral. Explique.
3 - Quais são as condições favoráveis do meio à recepção de comunicações sérias?
4- Como deve educar-se o médium?
BIBLIOGRAFIA:
(1) Kardec, A. O Livro dos Médiuns, cap. XX.
(2) Pires, J. H. Mediunidade, cap. IX.
(3) Kardec, A. O Livro dos Médiuns, cap. XXI.
(4) Armond, E. Mediunidade, cap. XV.
MEDIUNIDADE NOS ANIMAIS
A QUESTÃO DA MEDIUNIDADE NOS ANIMAIS: Animais podem ser médiuns? Abordo hoje a questão da mediunidade nos animais, levantada e sustentada por um de seus mais fervorosos adeptos. Pretende, em virtude do axioma: “Quem pode o muito pode o pouco”, que podemos mediunizar os pássaros e os outros animais e deles nos servir em nossas comunicações como a espécie humana, “Vocês animam, diz ele, a matéria inerte, isto é, uma mesa, uma cadeira, um piano; com mais forte razão devem animar a matéria já animada e especialmente os pássaros” (1).
ONTOGÊNESE ESPÍRITA (do grego: onto = “ser”; logia = estudo, ciência): teoria doutrinária da criação dos Seres. Ela revela o processo evolutivo a partir do reino mineral até o reino hominal. A evolução é apresentada como um processo dialético entre os dois elementos primordiais, o Espírito e a matéria. Tanto na Ciência como na Filosofia essa teoria da evolução segue o mesmo esquema: entre cada uma dessas fases existe uma zona intermediária. Assim, cada fase da evolução definida num dos reinos da natureza caracteriza-se por condições próprias, como resultantes do desenvolvimento de potencialidades dos reinos anteriores. Só nas zonas intermediárias, que marcam a passagem de uma fase para outra, existe mistura das características anteriores com as posteriores. Ex.: Entre o reino vegetal e o reino animal há a zona dos vegetais carnívoros; entre o reino animal e o reino hominal, a zona dos antropóides (2).
CARACTERIZAÇÃO DA MEDIUNIDADE: a caracterização específica de cada reino define as possibilidades de cada um deles e limita-os em áreas de desenvolvimento próprio. A pedra não apresenta sinais de vida, o vegetal possui vida e sensibilidade, o animal acrescenta às características da planta a mobilidade e os órgãos sensoriais específicos, com inteligência em processo de desenvolvimento. Somente no homem todas essas características dos reinos naturais apresentam-se numa síntese perfeita e equilibrada, com inteligência desenvolvida, razão e pensamento contínuo. A Mediunidade é a síntese do processo evolutivo, que marca o homem com o endereço do plano angélico (2).
O PROBLEMA DA MEDIUNIDADE NOS ANIMAIS: citamos alguns para efeito de discussão:
1 - Materialização dos animais;
2 - Espíritos que se tornam visíveis e tangíveis aos animais;
3 - Visão, audição e olfato em alguns animais são mais agudos que no homem;
4 - Incorporação de Espíritos humanos em animais;
5 - Socorro ao animal com passes e preces.
A IMPOSSIBILIDADE DA MEDIUNIDADE NOS ANIMAIS: ajustemos os fatos. O que é “médium”? É o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se mais facilmente com os homens. “É um princípio que, estou certo, é admitido por todos os espíritas: os semelhantes agem sobre os semelhantes e como seus semelhantes. Ora, quais são os semelhantes dos Espíritos senão os Espíritos, encarnados ou não? Repitamos: seu perispírito e o nosso são tirados do mesmo meio, são de uma natureza idêntica, são semelhantes, em resumo possuem uma propriedade de assimilação mais ou menos desenvolvida, de atração mais ou menos vigorosa, que nos permite, Espíritos e encarnados, pormo-nos, muito pronta e muito facilmente, em relação (1).”
PERGUNTAS:
1 - Quais as características de cada um dos reinos da natureza?
Onde surge a mediunidade?
2 - Os animais podem ser médiuns?
3 - Como você entende a ontogênese Espírita?
4 - Desenvolva 10 linhas sobre um dos problemas da mediunidade nos animais.
BIBLIOGRAFIA:
(1) Kardec, A. O Livro dos Médiuns, cap. XXII.
(2) Pires, J. H. Mediunidade, cap. XI.