O sofrimento do mundo aumenta cada dia que passa e aumenta porque os homens, até o momento, salvo as manifestações do sobrenatural, como já dissemos, são insensíveis a outro qualquer agente de progresso espiritual.
Este é um dos mundos de. sofrimento e a dor é a herança comum de seus habitantes.
Por ela o espírito é tocado, primeiro em seu sentimento, depois na sua inteligência e desse atormentamento contínuo resultam a compreensão da verdade, a humildade e a fé que, por fim, elevam, sentimento e inteligência conjugados, para o Alto, em busca de Deus, que é sempre a esperança que não morre.
Somente atingidos pelo látego da dor estacam os homens em sua desenfreada corrida para as ilusões da materialidade, do egoísmo e do orgulho.
Os cataclismos periódicos da Natureza, as convulsões sociais e as guerras, com seu inevitável cortejo de fome, peste e miséria econômica, que cada dia aumentam de intensidade e de extensão, são-nos exemplos vivos desta verdade.
A humanidade, sendo um só e único organismo, deve ser atingido em todos os seus elementos constitutivos e ninguém pode escapar às experiências necessárias ao aperfeiçoamento geral.
A missão social dos médiuns, em face destas circunstâncias, avulta sobremaneira porque nas horas de aflição é que, de preferência e instintivamente, os espíritos se voltam para as coisas de Deus. Devem pois se preparar, hoje mais que nunca, para o desempenho de uma tarefa tão profundamente humanitária.
Como instrumentos de poderes espirituais extraterrenos, exercerão a caridade na verdadeira acepção evangélica, levantando os ânimos abatidos, revigorando a fé nos destinos espirituais da vida humana, ensinando a paciência e a resignação aos corações afogados na dor.
Curando o corpo e a alma de seus irmãos aflitos restabelecerão a crença na fraternidade humana e nos diversos preceitos do amor universal.
OS TEMPOS SE PRECIPITAM
A humanidade evolui lentamente, colhendo os frutos de suas próprias experiências. Gerações se sucedem umas às outras, num esfôrço contínuo de solidariedade, quase sempre inconsciente, porém nem por isso menos real, recolhendo uns o resultado do trabalho de muitos.
Durante todo esse tempo imemorial vêm os homens construindo, morosa porém infatigavelmente, o edifício majestoso desta atual civilização.
Nesse período de lutas cometeram erros profundos e, sob o império das paixões inferiores prevalecentes, afastaram-se de Deus, glorificando a matéria inanimada.
A misericórdia divina porém é infinita; uma grande margem de tolerância sempre existe e a Providência está constantemente intervindo, corrigindo as falhas, orientando, amparando e trazendo o caminhante para o sulco, quase sempre indistinto, da verdadeira rota.
Mas tudo tem seu termo e chega, afinal o tempo em que os erros e as transgressões se imprimem na face do homem como um estigma de obstinação e rebeldia. Então a tolerância cessa, e os homens passam a ser julgados segundo seus próprios méritos, pelos códigos infalíveis do tribunal divino.
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Esta humanidade está penetrando numa época de julgamento e tudo se vem precipitando para o fim, na terra, nos céus e nas almas envoltas em dolorosas conjecturas.
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Os médiuns são agentes vivos dessa precipitação, visto que colocam os homens diretamente em face de todos os problemas e fatos possibilitadores de redenção, oferecendo-lhes evidências e provas seguras das realidades da vida espiritual.
Esses problemas e fatos não podem mais ser ignorados e devem ser resolvidos individualmente, segundo o livre arbítrio de cada um e segundo o grau de compreensão que a cada um corresponda.
E a responsabilidade dos médiuns é dupla porque responderão como indivíduo e como detentores de faculdades de revelação.
NO TERCEIRO MILÊNIO
Na atualidade o Espiritismo apenas germina e só futuramente estenderá sua fronde, oferecendo sombra para todos. No momento está se enraizando e elaborando as primícias de sua fecundidade futura.
Os que por ele agora se batem são uma geração de construtores que ampliam os fundamentos de uma grande obra, superiormente iniciada por um grande Espírito.
O esforço desta geração, portanto, não resolverá o problema do mundo e limita-se únicamente a aproximar sua solução.
Assim como o Evangelho não foi praticado pelos homens em vinte séculos de tolerância divina, porque é lei para humanidades evoluidas, assim o Espiritismo não será praticado, nem mesmo compreendido, pela maioria dos que estão ‘aqui hoje.
É doutrina para homens de boa vontade e homens de boa vontade existem poucos. Por isso a solução a que nos referimos será dada pelos descarte, pelo selecionamento, coisa que não depende de nós, mas de Deus.
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A uma grande massa de Espíritos está sendo concedida agora a mediunidade, para que se acendam no mundo todas as luzes da representação dos últimos atos do drama. Esta é pois a principal missão dos médiuns: disseminar a luz nas trevas para que todos a vejam; e os que, mesmo assim, não forem tocados por ela ou a rejeitarem, como a rejeitaram no tempo de Jesús, não voltarão mais à Terra nas próximas encarnações e irão habitar mundos inferiores.
E esses serão maioria porque o problema espiritual é qualitativo e
não quantitativo.
Mas os que se salvarem desta crise, habitarão um mundo renovado, como uma raça de vencedores que se conquistou a si mesma.
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Outra verdade a dizer é esta: o Espiritismo, salvo a parte evangélica que é a lei para a eternidade, também passará por profundas modificações, tanto no seu entendimento como nas suas manifestações.
Nesse mundo renovado do terceiro milênio terá ele outros horizontes, outras perspectivas, outras amplitudes.
Haverá conhecimentos mais dilatados no campo do espiritualismo cósmico e sua prática não será mais condicionada à apoucada inteligência humana e às suas imperfeições intrínsecas, mas será a execução consciente e espontânea dos ensinos do Evangelho de Jesus, a comunhão com Espíritos mais evoluidos, habitantes de mundos superiores; prevalecerá a moral como lei soberana e a fraternidade como fato comum.
Os Espiritismo está também servindo à sua época, para a humanidade no estado inferior em que se encontra, mas, para os homens redimidos de amanhã, será um conhecimento muito mais amplo, uma realidade muito mais avançada.
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Porque haverá uma quarta revelação, mas essa será dada somente àqueles que estejam em condições de vivê-la, segundo os altos padrões espirituais dos mundos superiores.
E, de acordo com as promessas d’Aquele que para nós é o caminho a verdade e a vida, todos nós algum dia estaremos em condições também de vivê-la.
Que assim seja.
Fim.
24ª AULA (18ª aula teórica)
MISSÃO DO MÉDIUM
REVELAÇÃO ESPÍRITA | Desdobramentos do programa dos Guias do mundo | |
Visa sublimação das almas nos conhecimentos das verdades eternas |
MÉDIUNS | Agentes materiais dessa revelação | |
São porta-vozes humanos para esclarecer a grande massa |
REFORMA DA HUMANIDADE | Instruir-se intelectualmente | |
Aperfeiçoar-se moralmente |
OS AGENTES DESTA REFORMA
SUA REDENÇÃO | Pela prática do evangelho |
O SOFRIMENTO | Campo Individual | Extinguindo a chama das paixões animais | ||
Atinge agora a massa | Dominando o homem no seu orgulho/vaidade |
AS MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS | Abrindo as portas do conhecimento espírita, aproximando o homem a Deus | Médiuns como elemento de alto valor | ||
Instrumentos hábeis de investigação no campo da inteligência e veículos de iluminação no campo do sentimento |
MÉDIUNS | Apóstolos de ontem e de hoje | Fermento que leveda a massa |
MEDIUNIDADE EM AÇÃO | Adestramento | Auxiliares poderosos da espiritualidade | ||
Aprimoramento |
PROGRAMA DE AÇÃO | Deveres Sociais | Família / Sociedade | ||
Trabalho para ganharmos honestamente o pão de cada dia | ||||
Trabalho para aquisição | A justiça | |||
O direito | ||||
O dever | ||||
A responsabilidade | ||||
A boa vontade | ||||
A caridade | ||||
A simpatia, compreensão | ||||
O Altruísmo, dignidade | ||||
Trabalho para conquistarmos conhecimentos intelectuais | ||||
Trabalho para acumularmos conhecimentos espirituais | ||||
Trabalho para bem aplicarmos os nossos conhecimentos |